São Jorge da Fiel comemora boa fase

Jorge Henrique recebe LNET!, relembra infância difícil e revê campo onde começou no futebol



– Aqui, eu morro com gosto!

A frase foi dita por Jorge Henrique durante a infância, no campinho próximo à Igreja de Vila Santa Isabel, bairro de Resende (RJ).

Acompanhado do LANCENET!, o atacante, campeão da Copa do Brasil na última quarta-feira, voltou para o lugar onde cresceu e deu os primeiros chutes e cabeçadas na bola, tais quais os que renderam dois gols na decisão contra o Inter.

Hoje, Rick, como é conhecido por amigos e familiares, já virou o “presidente” do bairro, segundo brincadeiras de pessoas presentes. Durante o tempo que esteve com a reportagem, Jorge Henrique reviu conhecidos, distribuiu autógrafos, tirou fotos e até aproveitou para bater uma bola com a molecada.

Desde pequeno foi um menino obediente, a não ser quando aprontava para fazer o que mais gosta.

– Ficava mais de cinco horas nesse campinho jogando bola. Tenho um carinho muito grande por todos, bateu uma saudades imensa quando encontrei as crianças brincando aqui – revelou o atacante.

– Eu queria que ele estudasse, e ficava desesperada quando sabia que ele tinha faltado na escola para jogar bola. Aí falava: “Você vai morrer nesse campo, menino”. Mas era o que ele gostava – conta a tia Sebastiana, quem Jorge considera como mãe.

Da mãe biológica, ele não gosta de falar, nem mesmo para os amigos mais próximos. Foi Sebastiana quem ficou ao seu lado após a morte do pai, quando tinha 12 anos de idade, e nos primeiros sofridos meses de Náutico, cinco anos mais tarde.

A aventura começou quando Jorge e alguns colegas de uma escolinha de futebol conheceram um empresário, que levou-os para Recife (PE).

– Nunca tinha saído de casa, ou ficado longe por tanto tempo da família. Morava com meu empresário, mas não me adaptei. Eu ficava noites acordado, saía procurando um orelhão, falava que queria voltar. Outras vezes caminhava pela rua no meio da madrugada, parecendo um indigente – lembra o atacante.

A tia revela que foram a frieza e confiança em sua capacidade que a fizeram convencê-lo a não desistir.

– Ele ficou totalmente sozinho. Os meninos que foram com ele desistiram e voltaram. Ele ligava chorando quase todos os dias, mas eu dizia que ele deveria ficar, que se tivesse ido para o exército também não voltaria. Foi sofrido – disse Sebastiana.

Alguns anos se passaram e a maré foi mudando para melhor. Jorge conheceu a esposa Eunice, com quem teve Thiago Henrique há três meses, e sagrou-se duas vezes campeão pernambucano. Depois, chamou a atenção do Atlético-PR. Sem jogar, tentou a sorte no Ceará, mas lá não recebia salários. Decidiu voltar para Recife e jogou de graça no Santa Cruz por alguns meses. Então, chegou ao Botafogo e, enfim, o interesse do Corinthians, no fim de 2008.

Com mais de seis meses no Parque São Jorge, o atacante ainda não sabe o que é perder: em 30 partidas, foram 18 vitórias e 12 empates.

– Isso é muito bom. Fui campeão invicto do Paulista, da Copa do Brasil e quem sabe do Brasileiro (risos)?

De volta ao trabalho segunda-feira, Jorge quer aproveitar o tempo com aqueles com quem se sente melhor. Ele comprou uma casa em Resende para ficar perto dos familiares quando estiver de folga. Seja aqui, ou nos braços da Fiel, ele morre feliz..

Fonte:Lancenet

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